Sobre o artista
A produção do artista transita por diferentes linguagens, como: desenho, pintura, escultura, cerâmica, objetos e fotografia. Investiga como a memória se articula para conseguir cristalizar as experiências e construir narrativas em um tempo em que tudo parece ocorrer de maneira simultânea, fugaz e efêmera. Nesse sentido, sua pesquisa poética se desdobra em três linhas: Na medida do meu próprio corpo, Formas industriais de produção de memórias e Intervalares. Na primeira, adota o próprio corpo como principal meio de representação, apresentação e suporte das ações artísticas. Os trabalhos desta linha (como Butoh, Gêmeos e Estudo para Pele) consideram um viés performativo para ativar diferentes materialidades que discutem o corpo como signo da passagem do tempo. Em Formas industriais de produção de memória investiga os meios pelos quais as memórias podem ser condensadas e armazenadas fora dos processos mentais que lhe dão origem e significação. Interessa-lhe a noção de eternização propostas pelas coleções, guias, catálogos, livros, cadernos de artistas, dicionários, enciclopédias, discos e inúmeros outros objetos industriais que tem como objetivo armazenar memórias para além das experiências corpóreas individuais. Essas questões são refletidas em trabalhos como Inocência . Já em Intervalares, parte do conceito dos polípticos presentes na história da Pintura para a criação de pequenas narrativas visuais em que o assunto principal é o registro daquilo que está entre – as fronteiras, as brechas, as esperas, as repetições, os intervalos, os respiros, as reticências e etc. Esse procedimento é desenvolvido em trabalhos como Janelas, Espera e Frestas de Horizontes.